No emaranhado da desordem há sempre uma ordem subjacente que não é vista por qualquer um. E nestas circunstâncias quem tem um olho é rei.
O rigor do olhar faz a diferença.
Uma visão sem rigor pode fazer uma leitura errada, correndo o risco de interpretar mal a mensagem emitida.
Há quem veja a paz nos arautos da guerra, e vice-versa. Ou numa bomba uma flor.
Uma mulher desgostosa, triste e desolada ofereceu a si própria um bouquet de flores com um poema incluso. E conseguiu o que queria: levantou a auto-estima.
Grande parte do que vemos é resultado do nosso olhar. Onde uns vêm figuras bizarras e medonhas que provocam desalento e paralisia, outros podem vislumbrar a luz ao fundo do túnel, absorvendo dela os raios da esperança e da reacção.
No seio de toda a prolixa informidade existe sempre algo que toma forma e procura equilibrar-se nela.
Por vezes, à luz da óptica da normalidade, criam-se os equilíbrios mais dispares e improváveis.
A intervenção humana no espaço sideral deixa marcas de visões quadradas e ângulosas. Enquanto não mudar de paradigma e de rumo, a humanidade não verá resultados mais harmonizados com a natureza.
As torres de marfim não têm dificuldade em erguer-se em qualquer contexto, mesmo que adverso. Assim o sonhador lhes proporcione as mínimas condições.
Os universos cor de rosa serão os mais férteis e fecundos para a sua proliferação.
A semelhança é um pólo aglutinador. Os sentimentos semelhantes tendem a juntar-se no mesmo quadrante. Ternura e amor, como brinquedos de pelúcia em cores pastel, aninham-se em saco de veludo macio.
Se é que existem cores infantís capazes de induzir um contexto de esperança, urge criar formas e figuras adequadas a essa mesma ambiência. Quiçá não será o primevo universo de iniciação a um novo paradigma de vida social.
A espirálea persistência do parasita perfura o âmago da consciência, suga a essência da vítima, expondo feridas sanguíneas passiveis de outras contaminações nefastas ao hospedeiro.