Caminhando em rotas traçadas pela lógica, cada argonauta procura o seu sol imaginário. Depois de longas viagens pela vida vislumbra um. Desfocado e fora da rota da lógica. Será que vale a pena persegui-lo?
Dissimulado entre as vulgaridades quotidianas, aloja-se o âmago existencialista que nos garante a vontade de viver.
É preciso manter essa chama acesa e não a deixar apagar com fútlidades acessórias.
Dada a plasticidade do nosso entendimento, corremos o risco de confundir o micro com o macro e fazermos uma leitura distorcida do cosmos.
Um simples erro de óptica pode promover uma prolixa confusão.
Relativizar, é a acção que devemos ter perante as dificuldades. Olhar o problema de várias perspectivas é uma forma de relativizar. Olharmo-nos a partir do espaço sideral dá-nos uma das nossas dimensões.
O cor-de-rosa, fora do contexto original, não é levado a sério. Há quem doure a pílula, pintando de cores infantis, as atitudes mais prejudiciais à sociedade. Mas um universo rosado é sempre uma alegria visual.
Os contrastes e as oposições, reagem e lutam entre si. Dessas contendas podem emergir novos conceitos ou valores, tal como as erupções vulcânicas originaram novos territórios em mares pacíficos.
Só a serpente branca do amor consegue passear-se entre as labaredas da paixão, emprestando-lhes uma brisa fresca de ternura.
Se houver reciprocidade de afectos a harmonia será duradoura.
Sendo o homem uma construção, à sua semelhança, edifica imagens a partir do elementar, conseguindo atingir a complexidade de projectos arrojados. E multiplica-os.
Aplicar algumas regras ou polimento num ambiente de caos e anarquia pode torná-lo num cosmos calmo e agradável. Além de que um caos cor de rosa é menos caos.
Quando em torno de um tronco central gravitam elementos a comungar qualidades, o todo por eles formado pode chamar-se família.
Mesmo com diferentes formas ou texturas,os castanhos da terra ou da madeira, esbanjando a sua força telúrica, não podem deixar de pertencer à mesma família.